sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Alternativos

Música: Alternativos
Artista: Azagaia part. Valete
Álbum: Babalaze
Label: Cotonete Records


I ( Azagaia)
Eu nunca viro a cara à luta
Sou o gigolo se a vida é a prostituta
Sou como a estátua de Samora, minha postura nunca muda
Não se quebra, não se dobra, não se verga, não inferruja
E se alimenta, de escândalos de Mondlane até Guebuza

Eu aprendi a desaprender todo esse medo que me ensinaram
Chamem-me Edson Mandela, pelo tempo que me aprisionaram

Prisão domiciliária
Eles vêm-te tu não lhes vês
E dão-te a ração diária pelas rádios e tvs

Eu me orgulho da diferença
Tu te envergonhas dela
Tu és branco, tu és preto
A minha cor é aguarela

E não me defines nos padrões do Banco Mundial ou FMI
Eu me defino nos padrões espirituais de Ghandi

Todos sabem o preço duma vida
Poucos sabem o seu valor
Por isso vejo muitos a comprá-la
Pra usá-la como penhor

E então eu vivo cada dia como se fosse o último
E tenho sempre Ás e Valetes na manga como trunfo.

Nacionalizas o global
Eu globalizo o nacional
E organizo o funeral
Desse mundialismo ocidental,pessoas...

são anúncios publicitários
Com sorrisos comerciais
Eu só vendo o meu sorriso ao preço dos meus ideais

Homens são números racionais
Então eu irracionalizo
Vosso pensamento já foi pensado
Eu não penso improviso

Não sigo modas, segues modas
Faço modas,queres modas
Esse teu cerebro é Xerox
Por isso só pensas fotocópias

Azagaia, eu me autoproclamei
País independente
sou ditador da minha lei

A TV já desliguei
A rádio não sintonizei
Este é o meu 25 de Setembro
A minha luta começei

Coro:
Ponha-te na posição Horizontal
E põe no ouvido um Cotonete
E vai sintonizando Azagaia e Valete (2x)
Os manos alternativos sempre activos no teu deck
Sem preservativos nem adictivos,puro e fat


II (Valete)

Olha para as crianças, vê como são criativas e curiosas
Vê como são pensativas e gostam de explorar coisas novas
A escola existe para lhes roubar a criatividade e formatá-las
Estandardizá-las, domesticá-las, robotizá-las
Pa’ depois formar adultos que só vêem com duas palas
que se avassalam nesses trabalhos precários , reproduções de senzalas
E usam o pouco que ganham pa’ consumir em larga escala
Eles controlam o que tu galas, o que tu pensas , o que tu falas
Eu digo-te a verdade, tu dizes que eu só invento cabalas
Eu era o puto que sentava sempre lá na parte de trás das salas
Com Public Enemy nos phones enquanto os profs davam aulas
Andava com revistas Maoistas, passava a vida desfolhá-las
Por isso quando eu abro a boca palavras parecem balas
Gala, tu queres Scalas e Impalas eu quero a mudança pa consumá-la
Gala, eu sou alternativo bro e o alternativo choca
Eu oiço Coca e Azagaia, tu ouves a moda que a rádio toca
Só queres é estar janota, por isso rokas marcas da moda
Sou simples como rasta bro, mas sem rasta nem broca
Vais todos os dias a discotecas, doido à procura de catota
‘Tou todos dias na biblioteca a recolher knowledge pos’ tropas
Essa tua dama é muito boa mas se abre a boca é uma anedota
A minha dama para além de bonita é erudita e poliglota
Metes-te na vida dos outros porque és o rei da fofoca
Eu meto-me na tua vida só para deixares de ser idiota
‘tás só por ti, eu ‘tou por ti e pelos teus compatriotas
Vim pa salvar a tua vida mano, sem querer nada em troca

Coro:
Ponha-te na posição Horizontal
E põe no ouvido um Cotonete
E vai sintonizando Azagaia e Valete (2x)
Os manos alternativos sempre activos no teu deck
Sem preservativos nem adictivos,puro e fat

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Até que enfim!



Finalmente o nosso governo merece congratulações. A notícia da suspenção da atribuição de licenças para abertura de mais estabelecimentos de ensino superior no nosso país surpreendeu-me pela positiva. Não sei ainda porque cargas d`água, uma vez que no nosso belo país o que interessa é ganhar, mas mesmo assim é de louvar a decisão. Afinal já todos andavamos a reclamar do nosso ensino débil agravado pelas universidades-cogumelo que iam surgindo. Sabe, desconfio que nem sempre a qualidade vem da quantidade.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Questão para debate

A subserviência, a passividade e a falta de questionamento no nosso país, é uma questão cultural ou uma questão de sobrevivência?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mandela! Antes de Obama.

Muitos de nós idolatramos Obama. Olhamos para ele como o símbolo da esperança de um mundo mais tolerante, mais humano, mais inclusivo (se quisermos guebuziar a linguagem). Obama, o primeiro presidente americano negro (mulato, para os mais resistentes). Obama, o homem que venceu o preconceito num país marcado por uma história de racismo e desigualdade de oportunidades. Acho que teria o mesmo efeito no Brasil, mas isso é outra conversa. Muitos de nós corremos para reclamar o certificado de fabrico, Obama é africano. Os mais cautelosos limitam-se a supor: se Obama fosse africano. Eu confesso que festejei a vitória dele também. Já acreditei cegamente no Obama, até perceber que Obama é uma marca pensada e concebida para provocar esse efeito no público. Atenção: não deixei de gostar de Obama, ainda penso que a sua eleição foi importante para o mundo. Mas discordo completamente da ideia de transformar Obama numa resposta para as perguntas dos oprimidos no mundo. Até da tentativa de Obamizar os líderes mundiais. Incluindo os nossos, os africanos. Não enquanto tivermos uma inspiração mais forte e próxima: Mandela. Sim, Mandela. Lembram-se dele? Se se lembram e sempre o tiveram presente, por que nunca falaram em Mandelização dos líderes africanos? Bem, se falaram nunca teve eco, não como Obama. Será porque Mandela é mesmo nosso? E não anda pelos corredores do primeiro mundo?
Mandela é um exemplo para o mundo, e nem temos que discutir a sua origem, é mesmo africano. Mandela esteve preso durante décadas, condenado por defender uma África do Sul mais justa, sem diferença de oportunidades, sem leis que se apliquem para uns, mas não para outros, sem diferenças entre negros, brancos, mulatos, indianos ou qualquer outra classificação dos seres humanos segundo a cor da sua pele. Mandela foi chamado terrorista por defender esses ideais e quando foi libertado, e eleito presidente, para a surpresa de outros combatentes como ele, não escolheu o caminho da vingança, do ódio, mas sim o caminho do perdão, da reconciliação. Será que os seus pares alguma vez o entenderam? Será que os líderes africanos optariam pela Mandelização de África?
Mas as lições de Mandela não terminaram por aí. Um líder com o seu peso, com o reconhecimento do mundo, mais do que qualquer outro, africano, facilmente se perpetuaria na presidência do seu país até à sua morte. Que é o que me parece que alguns dirigentes africanos se sentem no direito de fazer. Mas Mandela não o fez. Deu lugar aos seus irmãos. Sinceramente, eu até fiquei triste quando soube que ele não continuaria presidente.
Hoje, 20 anos depois da sua libertação, eu penso que antes de Obama, e mais próximo, está Mandela. Um exemplo a seguir. Nenhum outro líder africano, vivo, combatente pela liberdade do seu povo, sofreu tanto por isso. Mas, mesmo assim, Mandela não se sentiu impedido de perdoar, nem no direito de explorar o seu povo que, supostamente, lhe deve os anos da sua juventude. Perceberam, senhores presidentes?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Tapinha (final)



Sim. A vida é melhor quando estamos juntos. Verdadeiramente juntos. Esta série chega ao fim com um final que vale a pena ver. A foto acima é de quando a DDB Moçambique, agência onde trabalho, recebeu a Concha de Prata por esta campanha na 4ª edição do Festival Internacional de Publicidade de Maputo (AMEP). Bem, eu como redactor da campanha não me fiz de rogado, sorri para a foto.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ni ta ku fonela

Ainda no clima do amor, vou interromper um pouco a série do Tapinha para deixar ficar a letra duma música romântica minha.

Música: Ni ta ku fonela (Vou telefonar-te)
Artista: Azagaia c/ Neto
Álbum: Babalaze


I
Eu sei que a lista é grande
De todas vezes que o teu homem andou distante
E o meu livro de desculpas
Já nem cabe na estante
...às vezes nem me resta um instante pra TELEFONAR

Quando eu tou no estúdio
Eu esqueço tudo
E faço da musica o meu mundo
E tu dizes que é absurdo
Que eu não arranje nem um minuto
Sequer pra pegar no celular e...TELEFONAR

A tua rival chama-se música
O teu rival chama-se tempo
Mas sempre um de cada vez
Se tou na música não tenho tempo
Ficas sempre em último plano
E as vezes nem tenho plano de...TELEFONAR

Só pra avisar que venho tarde
Ou me desculpar porque não venho
E quando penso em ligar-te
É crédito que não tenho
E desta vez é mais uma vez
Que não vai dar pra parar e...TELEFONAR

Pra dizer que te amo e que amanha tenho a entrevista
Na hora que combinamos de eu levar-te ao dentista
Shit...caraças,
eu tenho mesmo que...TELEFONAR

Pedi emprestado um telemóvel
Tenho o teu número de cor
É madrugada mas vou ligar
E ver se evito o pior
Tou feliz, amanhã já não me acusas
De nem sequer...TELEFONAR

...Chama, chama e tu não atendes
Vou ligar pra fixo, mesmo assim ninguém atende
Deve ser da hora
E é mais uma vez que eu não...TELEFONEI

Coro:
Huuuuuuuuuuuu
Ni ta ku fonela (3x)
Wene, wene,wene,wene


II
Desde que vi mentiras nas verdades
Eu divido-me em metades
Metade namorado
E namoramos so metade das nossas tardes
E metade querem as fãs que tão sempre a...TELEFONAR

Pra falar com o Azagaia mesmo depois das vinte e três
E tu atendes o celular tipo quem é desta vez
É uma voz feminina que diz
"Diz a ele pra"...TELEFONAR

E tu perguntas quem ela é
Eu digo que eu não a connheço
Eu sou artista e muitas vezes
Tenho que pagar esse preço
E tu sais disparada, irritada
Dizes pra eu não...TELEFONAR

E ficamos de relações cortadas
Tu não atendes minhas chamadas
Compro flores e bom bons
Vou caçar-te nas escadas
Meu amor, por quê não atendes quando eu ligo
Eu tou sempre a... TELEFONAR

E então fazemos as pazes
Hoje eu não tou pra ninguém
Esqueço o meu nome nos cartazes
Esqueço fãs e paparazzis
Esqueço o mundo lá fora
E não atendo se alguém me...TELEFONAR

E nós fazemos amor
Aliás reiventámos o amor
E tu percebes o novo conceito
Em cada gota do meu suor
E tu te ris, das vezes que zangaste por eu não...TELEFONAR

Coro final

Tapinha (3)

O amor é lindo. Quando todos colaboram então?! É o que aconteceu de seguida. As amigas da Dinhane decidiram convencê-la a perdoar o Tapinha, mas com muitas peripécias à mistura. Vejam.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Tapinha (2)

Após o Tapinha fazer aquela declaração de amor, não apenas a Dinhane ficara comovida, mas os público também e as mensagens começaram a chegar. Mas agora era vez dos rapazes fazerem a serenata bem à maneira deles. Vejam.

Tapinha (1)

Hoje acordei bem disposto e quero partilhar convosco uma campanha, por sinal premiada, que tem tudo a ver com o dia dos namorados. Trata-se de uma campanha integrada chamada "Ajude o Tapinha a trazer a Dinhane de volta". O objectivo era lançar, na altura, a nova imagem da mcel (já agora, faço muitos trabalhos para mcel, mas isso é assunto da agência para a qual trabalho). O nome da campanha é nada mais nada menos que "a vida é melhor quando estamos juntos". Queriamos fazer com que as pessoas participassem e assimilassem esta ideia. Eis o primeiro vídeo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Romantismo, realismo e algumas verdades

“Na anciedade de te saber mulher, mergulhei no abismo florido do teu ser.”

“ A loucura de uma paixão mede-se com a mesma unidade com que se mede a brancura das nuvens.”

“Se não está preparado para saber, não pergunte.
Se não está preparado para vencer, não lute.”

“O empresário da escuridão oferece uma noite mais linda para os sonhos moçambicanos.”

“O reino dos céus é tudo o que as igrejas prometem: só que para uns, antes da morte e para outros depois.”

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Semana dos Heróis (5 de Fevereiro)

Passaram-se 2 anos desde que aconteceram as manifestações populares. Este é sem dúvidas um dia histórico. O povo roubou o protagonismo dos políticos e operou a mudança. Povo heróico. Penso que é das poucas datas em que não temos nenhum nome em especial para lembrar como herói. Apenas o povo. Heróis anónimos. Todos de uma vez. Nada de ovações a figuras escolhidas. É engraçado que tenha sido 2 dias após o 3 de Fevereiro. É caso para dizer que é a Semana dos Heróis e penso que deviamos passar a comemorar assim. Lições a aprender? Algumas. (1) O nosso equilíbrio social é bastante volátil, e não há nenhuma força política capaz de afirmar que tem o povo sobre controlo. Pode-se enganar algumas pessoas algumas vezes, mas não a toda gente, todas as vezes (tradução literal de frase de Bob Marley). Trata-se de um contrato social que quando muito atropelado traz consequências para o transgressor. (2) Há coisas que não se deve sequer deixar acontecer, sob pena de vê-las a repitirem-se. Eu não acredito em "foi só uma vez", e os políticos habituados aos golpes, também não. (3) O povo está no poder sim. E nenhum poder é legítimo se não for verdadeiramente através dele. (4) Uma palavra de apreço às famílias das vítimas mortais das manifestações. Não é a comunicação social que às vai tratar como mártires, nós é que os vamos recordar assim. POVO NO PODER!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Projecto: A essência da "Pérola do Índico"

Hoje estive, a convite destes, conversando sobre arte e cultura com os estudantes da 12ªA da Escola Portuguesa. Falamos da minha música e o contributo que ela dá à cultura moçambicana e à nossa sociedade no âmbito do projecto deles chamado: A essência da "Pérola do Índico". Foi interessante observar a curiosidade e o raciocínio deles em relação ao mundo das artes no nosso país. Espero poder postar aqui o trabalho final deles. Vejam a foto:


Da esquerda para a direita: Ana Rita Pinto,Karina Jiménez,Waldimar Samson, eu, Naheed Hassane e Rita Oliveira.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

País de diferenças

Aceitar heróis diferentes, é também aceitar o país de diferenças que os produz.

Escrevi este spot com o objectivo de espelhar o rico mosaico cultural da nossa moçambicanidade. Foi fantástico trabalhar com todas as figuras que aparecem no spot. Foi um job encomendado pela mcel, mas que para mim teve uma dimensão muito além dela. Deliciem-se:

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Princípio activo da infidelidade conjugal

Mulher-A liberdade que queres para ti é a que eu quero para mim.
Marido- Não concordo.
Mulher- Sim, o problema é não te dares a liberdade de aceitar isso.
Marido- Vou sair com uns amigos.

É preferível!

Às vezes a verdade é tão difícil de acreditar que preferimos uma mentira. (As mulheres que o digam...)

A gripe bilionária

Por que será que não estou surpreso com esta notícia? Hum...deixa ver, será porque também os senhores das indústrias de armamento pressionam governos para começarem guerras? Guerras que necessitam das armas que eles produzem? Ou será porque sempre acreditei que o HIV é um negócio aliado à indústria de preservativos e... antiretrovirais e... campanhas publicitárias e... ONGs e... orçamentos governamentais patrocinados por superpotências que por causa disso mandam em países pobres? Há gente a ganhar dinheiro por cada vez que fazemos sexo. Ok, sobre a Gripe A, confiram neste link. Copiem e colem numa outra janela:

http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Organizacao-Mundial-de-Saude-no-centro-da-tempestade.rtp&article=313523&visual=3&layout=20&tm=2