sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

LIRICISMO DO VÂNDALO

Eis o link para descarregar a minha nova música "LIRICISMO DO VÂNDALO". Quem não tem conta no RAPIDSHARE deve clicar o SLOW DOWNLOAD. Uma vez baixado, usem o WIN RAR para descomprimir o file:

http://rapidshare.com/files/437812582/Azagaia-Liricismo_do_v__ndalo.rar



Artista: Azagaia (participação de Black Poor Man & Guto)
Música: Liricismo do vândalo (remix de “Queimar as ruas” com DJ Relâmpago)


Intro (Black Poor Man)---adaptado do “Resto do Mundo” de Gabriel O Pensador

Eu me chamo de vândalo, como alguém me chamou
Mas pode me chamar como quiser sô doutô
Eu não tenho nome
Eu não tenho identidade
E nem tenho certeza se sou gente de verdade

I
Heee chama-me o que quiseres sô doutor
Vândalo, marginal, esse teu discurso já tem bolor
Se a tua vida é um arco iris, a minha é incolor
Põe-te na minha pele se queres sentir a minha dor
Mamei uma garrafa de tentação
Pra ceder a tentação de apedrejar a tua mansão...
Enquanto só discutes, eu vivo essa inflação
Da próxima que abrires a boca sais com uma inflamação
Informação: eu não sou mais um número na estatística
Espero que percebas isso quando te roubo mais uma pisca
Desista, se roubar é arte, eu sou artista
Vejo-te no Estrela a procura duma pista
Que se lixe o branco da paz, um gajo com fome é racista
A única cor que tolero, é o vermelho da guita*
Por isso não me venhas com esse discurço marginalista
Marginais existem porque alguém marginaliza
Pra Somershield 16 apartamentos de luxo
Pra Xipamashield 16 amontoamentos de lixo
E ainda perguntas porque é que eu falo sujo?
Pra que eu te respeite, dá-me o respeito que exijo!
Só empresários do partido fazem negócios em Maputo?
Nas minhas ruas também só os meus vendem o produto
Traição é crime, aqui também paga-se com sangue
Dou o primeiro tiro como dizem que fez Chipande
...Já tentei a vida nas terras do Rand
Formei quadrilhas, vocês não são a única gang
Vêm com vandalismo político, trazemos pneus e gasolina
Fósforo, pedras, paus, ainda por cima
A coisa vai doer, vais implorar por vaselina
Djs dessa merda, pergunta o Rajoelina
Este é o liricismo do vândalo
Eu vandalizo mesmo, não perco tempo com escândalo
E vou queimar as ruas com Dj Relâmpago

Coro
Estou pronta pra queimar as ruas
Nem que estejam no teu comando
Estou pronto pra queimar as ruas
Com DJ Relâmpago

Estou pronta pra queimar as ruas
Nem que estejam no teu comando
Estou pronto pra queimar as ruas
As ruas...

II
Põe-te a pau, senão alguém enfia-te um
Só na semana passada bro, linchamos mais um
Isto é bairro sub-urbano, polícia é o cidadão comum
Fazemos as nossas leis, se vocês não fazem nenhum
Mamparas!!!**
Mamparas de duas caras
Uma é cara do crime, outra cara das câmaras
...Eu já vos venho observando há muitos anos
Discursam diarreia, trocam a boca pelo ânus
E a única maneira de eu estar onde vocês estão
É se os meus boxers entrarem em reunião
Nah...ponho as jeans só, pé na estrada
Na Mafalala vendo a planta pra alunos da Manyanga
Da Armando Guebuza e da Luta Armada
Perdão, essa escola ainda não foi inaugurada
Eu sou o vândalo aquem vocês negaram pão e escola
Peço a tua carteira pra o meu filho não pedir esmola
...Uma vez fui parar na gaiola
Entrei macho na Machava, mas não saí boiola
Jurei nunca mais meter o pulso na argola
Quando a coisa amarga, eu cuspo com a pistola
Sem escola, sem escolha
A coisa mais ho-ho-nesta que fiz, foi insultar essa escória
E só pq minaram o Serviço de Manifestações Socias (SMS!!!)
Não pensem que mataram os ideias
E cada vez q vocês matam mais um Hélio
Alimentam a minha ráiva com mais oxigénio
Não preciso de Wikileaks pra queimar o vosso império
Nada melhor que ver o diabo a queimar no próprio inferno
Gramo do estilo de música Fela Cuti
Anti-regime, e sei que a tua velha curti
A vida é uma merda, e eu não espero que ela mude
De cheiro, mesmo que a moscaria mude.

Coro final

Dircurso do político (Guto)

* Dinheiro
** Expressão pejorativa em Shangane (língua do Sul de Moçambique)

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Música Perigosa


Este é um projecto que vai trazer o Mano Azagaia ao vivo, com banda, em várias casas de espectáculos de Maputo e quem sabe fora. Conto com todos. Atrevam-se!!!(clique no poster para ver os detalhes)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Lições do Facebook (Pimp the system)

Eu acredito que Mark Zuckerberg e os seus colegas de Harvard, quando inventaram o Facebook, quiseram estimular uma necessidade que todo ser-humano possui, a de PARTILHAR. Sim, todos precisamos partilhar. Partilhar as nossas vidas. Todos acreditamos que elas são emocionantes o suficiente para fazermos um jornal a falar delas. E claro, um jornal que será lido. A cima de tudo é isso. Sabermos que esse jornal será lido e comentado.
O que nos fascina é a audiência. E queremos que essa audiência concorde que o nosso fim-de-semana foi fabuloso. Que os nossos amigos são especiais. Que os nossos filhos são lindos e fofos. Que nós somos lindos e fofos. Sensuais. Sexuais. Espera aí... SEXUAIS? Sim, parece que sim. Respira-se sensualidade e sexualidade no Facebook. Basta dar liberdade ao homem, para ele se revelar. Sim, revelar-se. Rever-se nas poses duma fotografia. Olhar para si próprio ali, imortalizado num frame, numa fracção de segundo e dizer: este sou eu, lindo/a, sexy, irresistível, disponível, desejável,e.t.c. É incrível o quanto somos animais sedentos de luxúria, sexo, mas também amor, fraternidade, amizade e reconhecimento.
Não se pode lutar contra o sistema. Ele é grande demais. Ele somos nós, com as nossas ambições, segredos, hipocresias, inércias, resistências e necessidade de conforto, de deixar como está, de deixar para depois. Ele somos nós naquela preguiça louca de ir à cozinha e fechar bem a torneira que está a gotejar, naquele exacto momento em que nos deitamos, depois de um dia cheio de trabalho. O sistema somos nós que justificamos os nossos erros com os erros dos outros, quando deixamos de fazer a nossa parte porque o outro também não faz a dele. Ele somos nós a festejarmos a baleia que apareceu morta na praia. Porque não há lei que preveja tamanho imprevisto, ´mbora sacearmos a nossa fome! Sim, o sistema somos nós. O sistema é o reflexo do nosso egoísmo, do nosso instinto de sobrevivência. Porque mesmo quando vivemos na opolência, sobrevivemos aos olhares invejosos, aos jornalistas metidos e inquisidores, que não nos deixam viver as nossas vidas. Que questionam os que melhor se aproveitaram da podridão do sistema. Os que perceberam que até uma coisa podre tem mercado, basta perfumá-la. Sim, o sistema somos todos nós, vís, violentos, fortes batendo nos fracos. O sistema é o Caim que matou Abel, porque ser amado por Deus é menos lucrativo que ser homenageado pelo Diabo. É menos!
Viver fora do sistema é complicado. É negarmos uma parte de nós. É auto-mutilação. É cortar o clítores. É negar um exame de próstata. É negar uma transfusão de sangue e de cultura. É muito difícil. Mas é possível se o fizermos de outra forma. Se transformarmos as nossas fraquezas em força. Em possibilidades novas e múltiplas. Olhem a formiga que matou o elefante, depois de passar o verão armazenando comida enquanto a cigarra dançava? Bem, de certeza que a única música que a formiga dançou foi:

Pimp the system!
Let´s pimp the system!
Pimp the system!
Let´s pimp the system!

Vamos chular o sistema. O sistema deverá trabalhar para nós como trabalha para os outros. Mas vamos fazê-lo trabalhar diferente. O ferro pode servir de pilar numa construção, mas pode servir de arma branca, também. Pode servir de arma dos brancos ou dos pretos. Dos caucaseanos e dos negros. Pode servir!
O Facebook pode servir de palco para assistirmos a espetáculos de nudismo ao preço barato de uma conexão TVCABO ou TDM. Banda larga ou finhinha. Bunda larga ou fininha. Ideia escrita, pensada, experimentada, partilhada ou pode o Facebook ser biquini sensual, quase sexual estampado nas páginas digitais. Pode tudo que quisermos. Liberdade! Eu acho que as ferramentas do sistema podem ser usadas como quisermos. Então, cabe a cada um de nós usá-las com responsabilidade. Matar o elefante subindo trompa a dentro. Matar por dentro. Tudo o que te mata, pode matar o outro, também. Pode matar o dono da arma, principalmente. Então, mesmo na língua do dolar, para que todos percebam:

Pimp the system!
Let´s pimp the system!
Pimp the system!
Let´s pimp the system!

Acabou inspiração! Ufff!!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Piratas de Moçambique

Sou grande admirador da saga "Piratas das Caraíbas". Johnny Depp é dos meus actores favoritos, e é interessante ver como Jack Spirrow (assim se escreve?) safa-se das armadilhas e assombrações. Ou será que ele é um fantasma, também? Será que os piratas são fantasmas? Daqueles que só vemos em Hollywood ou que habitam os thrillers mais emocionantes das histórias contadas pelos nossos avós? Não. Os piratas são reais e estão bem perto de nós. Na realidade, cruzamo-nos diariamente com os nossos na via pública.
Os Piratas de Moçambique navegam no mercado paralelo moçambicano e têm que se defender de outros piratas maus: os Polícias Camarários. Estes de vez em quando fazem as suas investidas e os Jack Spirrows moçambicanos lá se safam milagrosamente. Mas deixemo-nos de tretas e hipocresias. Os Piratas de Moçambique trazem alegria a muitos lares moçambicanos. Eu pessoalmente compro religiosamente 5 filmes piratas todas as semanas para ir me deliciando ao longo do fim de semana com uma tijela de pipocas ao lado. E quem os vende são jovens, mas vejo cada vez mais pais de família nesse negócio.
Eu não tenho editora, então como é que a minha música é conhecida em quase todo Moçambique? Graças aos piratas? Sem dúvidas. Infelizmente as nossas editoras e distribuidoras não têm capacidade para colocar a música moçambicana em todo país, e a bom preço. Quando a comunicação social pergunta aos músicos moçambicanos o que acham da pirataria, todos a condenam (até eu já o fiz). Todos afirmam-se capazes de arrancar das mãos dos piratas os discos piratas. Sim, assim mesmo, com violência e redundância. Mas o quê não é pirata em Moçambique? E isso que não é pirata, é acessível a todos?


As duas linhas em branco foram de propósito para dar tempo para pensar. Mas eu já estou resolvido. O problema não é a pirataria. E já agora, prefiro ver jovens e adultos piratas, em vez de criminosos. Porque poucas alternativas restam a muitos moçambicanos que têm que pagar contas e sustentar a família como nós, mas que não têm emprego como nós, não foram a escola como nós e nem são filhos de "alguém" como nós. Porque é que criticamos a podridão dos frutos, quando sabemos da podridão da árvore? A pirataria é só um dos frutos podres. Os cidadãos precisam de saídas para os becos desta vida. Atirar pedras para quem está a tentar sobreviver, não é solução.
Por isso, desde já, vai a minha saudação aos Jack Spirrows moçambicanos. Continuarei a comprar os vossos filmes. Se vos encontrar a vender a minha música sem a minha autorização, não vos arrancarei nada das mãos. Pelo contrário, vou sentir-me feliz por saber que estou a contribuir para o sustento duma família e oferecerei um "obrigado" por levar a minha música a Mutarara, Angoche, Boane ou Quissico. A minha música pertence ao povo mesmo.
Para finalizar, reiterar que acredito na proporcionalidade inversa entre a pirataria e o nível de vida. Quanto maior a segunda variante, menor a primeira. Por isso, chega de tretas!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Clube da Liberdade

Um dia desses dei por mim a pensar em questões existenciais. E perguntava-me, qual é o futuro da humanidade? Bem, perguntava-me isso porque sou jovem, mas às vezes vejo-me a fazer discursos moralistas em relação a nova geração, e pareço velho. É verdade...já notaram que as novas gerações estão a chegar cada vez mais cedo? Miúdos de 15 anos têm outra lógica de vida. Outras motivações. Quem está na faixa dos 20, já está ultrapassado. Imagine os dos 30! É incrível a velocidade com que envelhecemos nos dias de hoje e "passamos do prazo". Basta não teres uma conta no facebook, uns ténis de marca, um carro moderno, extensões na cabeça, saber falar inglês, para te passar ao lado um leque de transformações, e num belo dia, sais à rua, vais tomar um copo com os amigos e parece que estás noutro planeta.
Quando olho para a história da humanidade, vejo que ela tende a despir-se de preconceitos e princípios a uma velocidade crescente e vertiginosa. As bruxas que ontem eram queimadas ou apedrejadas por serem mais ousadas e seduzirem homens, hoje são verdadeiras deusas do Olimpo dos Hollywoods do mundo. Gigolô já não é vergonha, é profissão. É uma reforma em progressão geométrica. Hoje muda 1 item, amanhã mudam 5 e depois de amanhã 20. Nessa lógica, temos mais coisas que eram inconcebíveis há séculos, mas que hoje são normalíssimas:

-Sexo antes do casamento;
-Tratar os mais velhos por "tu" e partilhar os mesmos espaços de lazer;
-Roupas femininas com cada vez menos roupa;
-Crianças que vão à cama só depois da novela;
-Disputa do mesmo "mercado" de parceiros(as) por pessoas de idades extremas;
-Olhar para mendigos com disconfiança primeiro (ya, já ninguém sente pena);
-Ir a igreja só em datas importantes (baptismo, crisma, matrimónio, missa fúnebre)
-Partilhar filmes pornográficos a partir dos 9 anos (ou mais cedo, basta ter um celular que lê vídeos);
-Trocar beijos "apaixonados" à luz do dia;
-Não se preocupar com ortografia;
-E até uma sociedade que afronta os seus líderes.

Isto só para dar alguns exemplos, de certeza que os leitores conhecem mais.É quase certo que os princípios com que me educaram, não permaneceram os mesmos ou extinguiram-se. Será que na Era da Informação ainda podemos falar em princípios? Tenho as minhas dúvidas.
Mas o que me preocupa é que tenho uma filha de 2 anos que veio ao mundo inocente (perdoem-me, os católicos, mas nada de pecado original na minha pequena), e quando olho para ela, pergunto-me: que princípios? Que valores devo passar para ela? Se a primeira vez que eu disser que é tarde para ela sair e conversar com os amigos, a Tv, a Rádio, a Internet e até familiares irão me condenar? E eu que sou um crítico incorrigível ( e confesso que por vezes roço a hipocresia), acho que os meus dias na terra incurtarão cada vez que a minha menina usar uma saia curta.
Mas, há sempre um "mas", sou forçado a reconhecer que este mundo não pertence a ninguém, a nenhum princípio cultivado há séculos e muito menos a um pai inexperiente como eu. Os conservadores poderão dizer que a humanidade está perdida. Mas eu, cada dia que passa, começo a ser adepto de um outro clube, o Clube da Liberdade. Esse clube resume o que acho que será a humanidade num futuro breve, e já assim deve ser em alguns cantos do planeta. A única lei é que não há lei: tudo é permitido, desde que não prejudique o outro. Portanto, liberdade para todos. Liberdade de pensamento e acção. Liberdade sexual (liberdade mesmo hehe). Liberdade de adorar e seguir novos ídolos. Liberdade de diversão. Liberdade de ser criança ou adulto. Mas sempre cuidando para não ferir a liberdade do outro. (E claro, por mais difícil que seja, não se prendam muito a princípios, já temos muita gente a morrer subitamente de ataques cardíacos.)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Freemuse

Azagaia on music censorship and self censorship from MusicFreedomDay on Vimeo.



Entrevista que dei a Freemuse na Dinamarca. Uma organização que defende músicos vítimas de censura no mundo todo. (O "sociólogo" é falha deles")

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

O poder

O poder poderá mudar de mãos. Mas pouco mudará enquanto não se der poder ao povo.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vandalismo Lírico

Um bocado de massagem ao ego foi o que fui fazer no programa Impulso da Rádio Cidade. Momento freestyle. Baixem aqui: http://www.4shared.com/audio/Bs5fTXJv/Azagaia_-Vandalismo_lirico.html

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Marketing político (dois slogans)

Deixem-me roubar um bocado da minha costela publicitária para analisar dois slogans políticos que ficaram na cabeça dos moçambicanos nos últimos quase 6 anos. O primeiro seria "combater a pobreza absoluta" e o segundo "geração da viragem".
O "combater a pobreza absoluta" é formado por duas palavras bastante conhecidas pelos moçambicanos (público alvo), "combater" (da história da luta armada) e "pobreza" (algo que se vive ou se tem medo de viver num país do 3º mundo), o comando que resulta da combinação dessas duas palavras produz dois sentimentos: vontade lógica de afastar-se dum estado negativo, o de ser pobre, e uma dúvida ou interrogação sobre o que fazer para obedecer esse comando. De seguida temos uma palavra que parece insignificante, mas que é extremamente importante pela discórdia que provoca,"absoluta". Acredito que o único momento que usamos essa palavra é quando desejamos classificar a nossa certeza, "certeza absoluta"(pérola interessante da tautologia). Então que raio está essa palavra, tão pouco usada, a fazer no slogan dum governo? A resposta é lógica: novidade.
A novidade é algo a qual nunca ficamos indiferentes, ou gostamos ou desgostamos, mas sempre nos manifestamos. Que há pobreza, sabemos. Que é absoluta? É algo para se discutir. E é o que aconteceu no nosso país.
Então tínhamos inicialmente dois debates. Primeiro: como combater a pobreza? Segundo: o que significa a pobreza ser absoluta? Bem, muita água correu debaixo dessa ponte. Relatórios internacionais, definições sociológicas, análises de especialistas políticos, discursos do governo, respostas da oposição, temas para músicas e para piadas por sms. Mas uma coisa é certa. O slogan resultou. Está na cabeça das pessoas, e hoje começa a produzir sub-slogans: "pobreza urbana". Outra coisa abstracta, discutível. Outra ponte para mais água passar. E deste modo, muito e pouco se faz debaixo desse conceito propagandístico. Conferências, planos quinquenais, e até justifica-se o enriquecimento (lícito ou não), a abertura do país para investimentos turísticos, bancários e minéiros, negligenciando a produção, tudo em nome de um slogan político. Afinal, enriquecer é combater a pobreza absolutamente.
O segundo slogan político é "geração da viragem". E mais uma vez encontramos os elementos anteriores: identificação histórica e novidade. E mais um elemento novo: um público alvo mais específico, mas que tornou-se centro das atenções nos últimos tempos: juventude.
Comecemos pela "identificação histórica", e depois a "novidade". A palavra "geração" é do domínio de todos os moçambicanos. Já tivemos a "geração da independência" e a "geração 8 de Março". A palavra "geração" provoca um sentimento de unidade e identificação mútua. E houve consenso em relação a forma como foi aproveitada. A palavra "viragem" é o elemento novidade. É outra palavra que raramente usamos, a não ser nos brasileirismos: te vira, virou o quê? Mas aí é que entra a questão chave. Vamos recuperar a palavra "geração" e perceber porque ela foi "acordada" e como é que ela se relaciona com a "viragem".
Num contexto político em que acabava de surgir uma terceira força política que tinha como alvo a juventude e que a mesma é a maioria dos votantes, seria estupidez se os concorrentes não dessem a devida atenção a isso. Para não alongar questões políticas, diria que a juventude representava e representa o centro do tabuleiro deste jogo político que será ganho por quem souber ocupá-lo e explorá-lo.
A geração representa a juventude. A "viragem", repare-se que é um termo jovem, quando combinada com a "geração" produz um comando que imprime uma hipotética dinâmica entre os jovens. "Pelos menos o governo está a olhar para a juventude", "a juventude já não é marginalizada", "temos jovens em posições de topo no governo", isto é o resultado que o slogan e algumas acções provocam no público-alvo.
Mas, mais uma vez, temos igualmente a pergunta: o que deverá fazer a geração da viragem? Motor de discussões televisivas, questão disputada pelos média com se de um osso saboroso se tratasse. Mas o que interessa aqui, mais uma vez, a nível de marketing político, não é fazer sentido ou ser consensual. É ter impacto. E resultou. Viveremos nos próximos tempos debaixo desse slogan. Ele justificará muita coisa. Será mais uma ponte para mais água passar.
Aos pensadores por detrás destes slogans políticos, um "parabéns maquiavélico".

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Um pouco de publicidade


Cliente: Tv Cabo
Redactor: Edson da Luz (Azagaia)
Director de arte: Albachir Muinde
Meio: Revista "Viva"

Clica na imagem para ver em tamanho maior.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Povo vigilante!

Caros, andei ausente do blog. Muita confusão por estes dias. É hora de fazer um balanço mais consciente e menos emocional do que aconteceu. E quero começar por perguntar o óbvio. Por que o nosso governo não tomou estas famosas medidas antes de tanto sangue derramado? O que levou a estes senhores muito estudados e conhecedores da matéria a não agir com esta súbita prudência? O que aconteceu entre a sexta-feira da semana passada e a terça-feira desta semana, que fez o governo mudar 180 graus? Conselho de Ministros reunido 2 vezes em menos de 5 dias? Será pressão externa? Alguém sabe de algum encontro do governo com os doadores (escapou-me)? Estas e outras perguntas não se querem calar na minha cabeça. Porque é muito estranho que um governo tenha sido influenciado pelos mesmos "bandidos, malfeitores e marginais" que condenou e repudiou, segundo palavras do ministro do interior. Bem, talvez dirão que nunca fico satisfeito. Que não há nada que este governo possa fazer para agradar-me. Estão livres de dizê-lo. Mas que está tudo muito estranho, está. Só um cego não vê.
Outro facto para o qual gostaria de chamar a atenção, é o da ausência de exigências concretas por parte do povo, a não ser o de baixar o custo de vida. O povo chorava por pão, então deu-se o pão. Amanhã o povo esquece. Por isso que quaisquer que fossem as medidas que roçassem o abaixamento do custo de vida, seriam aplaudidas. Mas o que realmente queremos como povo? Veja-se o exemplo da África do Sul. O governo anunciou a subida do salário mínimo para um valor próximo ao solicitado na greve. A greve parou? Não. Porque os trabalhadores sabiam o que queriam e porquê o queriam. É isso que nos está a faltar. ORGANIZAÇÃO. Para não calarmos com chuchas, mas, sim, com a satisfação das nossas reais necessidades.
Agradecia que cada um dos moçambicanos fizesse uma análise minuciosa das medidas anunciadas. Porque a de parar com a dupla cobrança de taxa de lixo, não é uma medida digna de se anunciar, é sim algo irregular que tinha que ser corrigido, e ponto final. Penso que devemos analisar o resto das medidas também.
Fica uma grande chamada de atenção aos sindicatos e a sociedade no geral. Um Estado Corrupto pode custar vidas a longo prazo. Acredito que se não tivéssemos sindicatos moribundos (que ao que parece, "comem" com os chefes para evitarem greves), e estes sindicatos assumissem o seu papel social, esta manifestação teria sido mais ordeira e objectiva. Com exigências concretas. E poupar-se-iam vidas humanas.
Outra grande chamada de atenção vai para o governo. Parem de ser arrogantes. Favor medir as palavras. Não desatem a disparar predicados para o povo que, muitos deles, encheram os vossos camiões durante campanhas eleitorais para que pudessem encher a boca e dizer que venceram com maioria absoluta. Continuarão a chamar-nos agitadores ou apóstolos da desgraça, mas enquanto não houver comunicação entre o governo e o povo, principalmente em momentos cruciais, teremos manifestações populares, organizadas ou não, com "vandalismo" à mistura ou não. Já se foram os tempos em que a violência resolvia tudo (se é que resolvia). A acção da polícia durante estas últimas manifestações foi miserável, e o povo esteve a ver e a chorar a perda de seus entes queridos.
O POVO ESTÁ DEFINITIVAMENTE NO PODER! Mas precisa organizar-se para exercer o seu poder com cada vez maior eficácia. Vem aí a revisão da constituição. Estejamos atentos. Analisemos com frieza e não com a emoção de todas as distracções que nos lançam. O processo de organização é natural, mas pode também ser pensado e acelerado. Podemos dar forma a essa organização. Académicos, artistas, líderes de opinião, jornalistas...a organização de que tanto precisamos deverá ser alimentada por nós. Nós e nós, polícias de nós mesmos. Eu e eu, polícia de mim mesmo. Povo vigilante. O POVO ESTÁ NO PODER!

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dívida

Estou em Maputo há 1 semana e não disse nada. Perdoem-me a falta de atenção, ou melhor, falta de tempo. Mas vou postar fotos relacionadas com a minha estadia na Dinamarca. Hehe quem promete deve! Abraço a todos.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Copenhagem, bicicletas

Alô a todos, não tenho cumprido a promessa de documentar a viagem aqui. Não imaginava que andaria super ocupado. Mas é assim, já estou em Copenhagem. Bornholm foi muito bom, agora é a vez da grande cidade. Entretanto, vão se deliciando com este site onde os moradores exibem fotos deles "bicicletando". Espectacular!!! Uma proposta para o nosso Maputo com trânsito infernal:

http://www.copenhagencyclechic.com/

domingo, 25 de julho de 2010

Por favor, assinem a petição!

Dirijam-se ao site: http://www.thepetitionsite.com/1/MOZAL-sem-filtros-NAO#signatures


ASSINEM!!!

sábado, 24 de julho de 2010

Sinceramente, que estudo INDEPENDENTE é esse realizado pelas duas entidades envolvidas no processo?

"...Para Julião Cumbana, docente e investigador da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), há garantias que o Governo tem de que não haverá poluição decorrente do facto, pois dois estudos independentes feitos sobre este processo produziram resultados comparáveis. Um primeiro que foi feito pela MOZAL e um segundo realizado pelo Governo.

Segundo Cumbana, foi depois de analisado o plano de medidas a serem tomadas para prevenir possíveis impactos negativos ao ambiente que o Governo decidiu dar luz verde ao projecto, além de que os resultados do estudo feito pela Mozal coincidem, em vários aspectos, com aquele realizado pelo Governo, nomeadamente no que diz respeito às zonas de possível impacto negativo que identificaram as mesmas."

in Notícias, 24 Julho 2010

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Dinamarca

Estou na Dinamarca desde o dia 17. Ando ocupado com os ensaios, mas em breve posto fotos e mais informação. Abraço a todos!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Autorização para poluir Durante Seis Meses


Oiçam isto:

http://www.4shared.com/get/KSwrSUoM/Mozambique_Mozal_Polution_READ.html

e leiam o texto:


A empresa moçambicana de produção de Alumínio, Mozal, está autorizada pelo governo moçambicano, através do Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental, a lançar, durante seis meses, para a atmosfera todos os gases e substâncias poluentes resultantes das suas actividades.
Estas substâncias tóxicas têm alcance até um raio de 40 quilómetros e
são comprovadamente atentatórias à saúde pública nas comunidades à sua
volta e mesmo para os trabalhadores da empresa.
A Mozal pediu autorização para operar neste sistema de escape directo,
denominado “Bypass”, porque pretende reabilitar os seus centros de
tratamento de fumos e gases, fundamentais para garantir que as emissões
ambientais da MOZAL cumpram os padrões exigidos por lei, um processo que
durará seis meses.
De acordo com Vanessa Cabanelas, da organização Justiça Ambiental, as
substâncias a ser libertadas pela Mozal podem provocar desde irritações
severas na pele, nos olhos, nas vias respiratórias e até o aumento na
frequência de cancros pulmonares.
A Mozal produz 550 mil toneladas de lingotes de alumínio por ano, o que
representa pouco mais de 70% das exportações de Moçambique. Esta
produção, dependendo do preço do alumínio no mercado internacional,
chega a corresponder ao peso de 7% para o Produto Interno Bruto do país.
Mesmo assim, o grande debate sobre a contribuição fiscal da Mozal para a
economia continua, por estar a beneficiar de avultadas injecções de
impostos, a par de outros mega-projectos.


Fonte:
http://www1.voanews.com/portuguese/news/Polution_Mozambique_14_July_2010_voanews-98437409.html

terça-feira, 6 de julho de 2010

O vídeo de estúdio de "ARRIII"



Ficha técnica (música e video)
Artista/compositor: Azagaia
Programação instrumental(Fruityloops 9): Mr. Dino
Baixo: Adérito (Banda Nyango)
Captação áudio: Gpro xtudio
Mistura: Scam/Singa
Câmara: Bruno (câmara fotográfica Cannon 8MP)
Edição e efeitos especiais: Aftermoonwalker (Etelvino)
Produção: Cotonete Records

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Viagem à Dinamarca/ Versão melhorada de "ARRIII"

Caros, primeiro pedir desculpas aos que baixaram a música "Arrii" e não se sentiram satisfeitos com a qualidade sonora dela. Infelizmente houve erros no estúdio que só foram descobertos depois da música estar disponível. Mas acredito que a maior parte deles já foram resolvidos nesta versão e vocês podem já sacar o som (EM BREVE O VÍDEO DE ESTÚDIO DESSA MÚSICA):

http://www.4shared.com/audio/qE86gDYm/Azagaia-_Arriii.html


VIAGEM À DINAMARCA



O Centro Cultural dinamarquês, Svanekegaarden, convidou-me para, durante 3 semanas, participar de uma série de festivais e workshops em cidades dinamarquesas, nomeadamente Ilha de Bornholm e a cidade capital Copenhagem, de 16 de Julho a 8 de Agosto. Irei partilhar a minha experiência na abordagem de questões sóciais em dois workshops que irão acontecer nas duas cidades, sendo que num deles serei o orador principal. Os dois grandes festivais em que irei participar são o Festival Fairtrade e o Festival Raw. Ainda farei uma apresentação conjunta com o pianista clássico dinamarquês Markus Kreul.

Operação-produção

Um país que não produz engenheiros, produz músicos.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Nacionalismo

Algumas nações são tão nacionalistas que querem que o mundo inteiro seja o seu país.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Arrrii!!! (com a letra)

Eis o link (copie para uma nova página) para descarregar o meu novo som (a respectiva letra também). E abaixo um vídeo que me foi enviado sobre como, por vezes, é tranportada a droga. Neste caso, através de uma criança morta.ATENÇÃO, IMAGENS MUITO FORTES. Óptima escuta:

http://www.4shared.com/audio/KN4ul5do/AZAGAIA_-_Arrriii.html?err=no-sess




Arrriii!!!

I
Tá ver o que é isso...
Empresário de sucesso responder em juízo?! Hum?!!
Tá ver o que é isso...
Nem há costas quentes pra queimar o arquivo?!
E mesmo que ele jure que não fez na-da
Dizem que só há fumo onde há queima-da
O problema é que esse fumo vem do camara-da
Que paga milhões por uma cachimba-da
E se eu dissesse o que toda gente sabe ou imagina
Que o motor deste país funciona à cocaína
...Talvez dissesses que é uma grande mentira
Que o nosso governo caiu numa armadilha
Então como se explica a riqueza do Tio Patinhas
O Hammer da senhora que vendia pastilhas
Negócio de capulanas pariu um Shopping Center?
Pra além de motorizadas, que mais a polícia aceita?
Carros com matrícula à prova de qualquer suspeita,
Negócios com crescimento maior que a receita,
A lei desconfia mas nunca rejeita
Pobreza absoluta é a desculpa perfeita!

Coro secundário:
E o governo faz o quê? (Nadaaa)
E o povo faz o quê? (Nadaaa)
E o escândalo deu em quê? (Nadaaa)
Haaaaaaarrriiiiii!!!!

Coro principal:
O povo falava do nome (dele)
A Polícia recebia uniforme (dele)
Partido comia na mão (dele)
(scratch arrriii)

II
Tá ver o que é isso...
Empresários d´agora vivem num paraíso
Tá ver o que é isso...
Aqui ninguém foge, aqui não há fisco
E quem fiscalizar leva uma raja-da
Como o falecido director da Alfân-dega
Mais bancos e hotéis nascem do na-da
Dinheiro sujo, tua cabeça la-va-da.

Coro secundário:
E o governo faz o quê? (Nadaaa)
E o povo faz o quê? (Nadaaa)
E o escândalo deu em quê? (Nadaaa)
Haaaaaaarriiii!!!!

Coro principal:
O povo falava do nome (dele)
A Polícia recebia uniforme (dele)
Partido comia na mão (dele)
(scratch arrriii)

quinta-feira, 17 de junho de 2010

A análise da "Cena dele"


ATENÇÃO: Estréia nesta sexta feira, 18/06/10, às 23H59, no blog da cotonete records: www.cotonetemoz.blogspot. com, e a seguir aqui, a minha nova música onde faço a minha análise da cena dele. É só fazer o download. É gratuito. Fiquem atentos. Obrigado!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

quinta-feira, 3 de junho de 2010

terça-feira, 1 de junho de 2010

Semana passada

Estimados, semana passada andei ocupado, por isso não postei nada. Mas volto à carga para falar justamente dessa semana.
Durante 5 dias participei da gravação de mais uma curta metragem com a dupla de câmara e realizador, Pipaz Forjaz e Mickey Fonseca. Desta feita, o filme chama-se "Veneno lento" e eu divido o papel principal com a actriz Maria Amélia. Somos um casal, Kwame (polícia) e Crista (farmacêutica) que atravessa uma fase complicada, eu a violo regularmente, sem que, exactamente, me dê conta. Bem, o final da história, vocês verão em breve nas televisões. Fiquem atentos. De lembrar que, para além desta curta metragem, participei em mais duas: "Malha" e "Traídos pela traição". O primeiro a cargo da Malha Filmes e o segundo, tal como o último, a cargo da Mweti Comunicação Para a Saúde Pública. Vejam as fotos:


Kwame em acção no Bairro da Mafalala, entre a equipa de filmagem.


Crista(Maria Amélia), Kwame e o filho do casal, em cena.


Padrinho Kapueta (actor Gravata do Gungu) e o afilhado Kwame, em cena.

Em breve, mais fotos.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O que será?


Esta manhã, quando vía o Telediário da STV, apresentavam uma reportagem sobre a Embaixada de Moçambique nos E.U.A. A 1ª informação que me surpreendeu foi que, de acordo com a nossa embaixada, existem cerca de 450 moçambicanos nos E.U.A, número insignificante. A 2ª informação foi que a Embaixada de Moçambique passa diariamente 70 vistos de entrada de americanos para o nosso país. Estamos a falar de aproximadamente 2100 americanos por mês. Bem, deve-se calcular, cruzando a 1ª e a 2ª informação, que há muitos poucos moçambicanos a entrarem nos States e muitos americanos entrando em Moçambique. Juro que sempre pensei que os pobres é que gostassem de ir à casa dos ricos. O que será que eles tanto fazem aqui?

quarta-feira, 12 de maio de 2010

"O gayismo é pecado"

Quero deixar algumas palavras sobre este assunto. A homossexualidade pode ser pecado, segunda a interpretação bíblica de uns ou não sê-lo, segundo a de outros. O Alcorão terá de certeza algo a dizer. Outros livros sagrados também. O mundo poderá rotular esta prática como quiser. Mas ela é um facto. Não podemos fingir que não existe. E muito menos pensar em irradicá-la através da violência. Errado. A história prova que todas as tentativas de eliminar tendências ou características humanas, via violência, falharam. A título de exemplo, o Nazismo tentou eliminar os Judeus, mas mesmo com holocaustos ou genocídios, falharam. Os Judeus estão aí, e creio que são dos mais ricos (materialmente) neste planeta. É como se a natureza se recusasse e fizesse o "mal" voltar mais forte. As minorias também têm direito a um lugar debaixo do sol. A mãe natureza alimenta a todos. Nenhum homem manda nela. Alguns dizem que a homossexualidade é algo que se adopta levianamente, produto da moda ou influência do meio. Mas eu questiono-me, se é o meio que influencia, por que é que com tanta discriminação e condenação deste fenómeno, os homossexuais não se deixam influênciar e não mudam? Hum...o meio já não funciona na recíproca? No meu ver, de uma forma geral, o que para nós são séculos ou uma eternidade, para a natureza é apenas tempo, nem longo nem curto, apenas tempo. Antes das religiões e crenças, a moral instituída, existia o homem e as suas necessidades básicas. Os seus instintos. E o sexo é dos primeiros e mais incontroláveis. As diferentes formas de satisfação sexual sempre existiram, num universo variado delas, com os seus mistérios e complexidades, concensos e discensos. Será que conhecemos todas as particularidades do mundo animal e vegetal? Elas simplesmente existem. Nós descubrimos e damos nomes. Aprovamos ou condenamos, mas não conseguimos, simplemente, baní-los. A religião tentou. A civilização também. Mas hoje, com a crise religiosa e a afirmação do cifrão como a única lei que nos rege, deixamos aflorar cada vez mais a nossa essência primitiva, animal e até mesmo selvagem. Voltamos ao princípio, não importa quantos séculos depois. É a natureza. Sem tabus ou preconceitos. As coisas são como são.Enfim... Por isso defendo a igualdade de direitos e oportunidades para todos Homens. Não importa a raça, origem ou orientação sexual. Que a paz e o amor sejam em abundância para todos!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O aniversário

Bem, eu queria narrar os acontecimentos do meu aniversário-concerto, mas há quem já o fez e, diga-se em abono da verdade, fê-lo muitíssimo bem. Vejam aqui:
http://mundodafama.com/2010/05/07/review-do-showniversario-acustico-%E2%80%93-azagaia/

Muito obrigado ao pessoal do Mundo da Fama pelo excelente review. E já agora, não tirei fotos do concerto, quem tiver algumas fotos, envia, por favor, para cortadordelenha@hotmail.com, vou postá-las aqui.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Boa música, mentiras, verdades, bolo e champagne!

Fica aqui o convite. Acredito que será uma noite para nos revermos. Todos amantes de boa música tem lugar garantido. Será uma experiência nova para mim, trabalhar com diferentes instrumentistas, mas quero que todos que me acarinham, acompanhem o meu crescimento musical. A vossa presença, é tudo o que quero de presente heheheh!!!

CELEBRAR COM AZAGAIA

Nesta quinta-feira, dia 6 de Maio, completo anos e resolvi organizar um concerto acústico para celebrá-lo, no Mafalala Libre, às 21H00. Irei fazer algo inédito para mim, mas que sempre me apeteceu. Vou tocar alguns dos meus temas, com acompanhamento um acústico diferente. A título de exemplo, ouviram a minha voz acompanhada de uma Mbira, um Sax ou simplesmente uma guitarra. Dentro de algumas horas, postarei o cartaz com os convidados e mais detalhes. Fiquem atentos. Conto connvosco.

terça-feira, 27 de abril de 2010

As mentiras

Música:As mentiras
Artista: Azagaia
Álbum: Babalaze


(Azagaia) [Muné]
(Hoje eu trago-vos um amiginho chamado Muné, e ele vai contar-nos uma anedota
Não é Muné?!)
[-quando um branco compra uma bicicleta, o outro branco compra uma mota,
e depois outro branco compra um carro e o outro depois compra um aviao.
-mas quando um negro compra uma bicicleta
-sabem o que faz o outro negro?
-fura o pneu dessa bicicleta he he he...]

Coro:
É MENTIRA
Que tu
És independente
Que levas pra frente
O teu continente 2X
É MENTIRA
Tu nao quebraste a corrente
Nao passas de um escravo inconsciente

I
Se eu te chamasse preto!? (preto)
De certeza que te ofendias
Porque preto era o escravo e já lá foram esses dias mas,
Será que és realmente livre (será?)
P´ra responderes nem precisas ser detective

Olha a tua volta
Nada do que consomes produziste (não)
Desde o carro que conduzes até a roupa que vestiste
A TV que tu adoras (um)
O relógio que dá-te horas (dois)
Até a casa onde moras nao foste tu que construiste

Da lâmpada ao telemovel, do computador à aparelhagem
Não produziste nada disto,
nem participaste na montagem
40 anos de independencia
Nenhum avanço na ciência
Ainda precisas que o europeu te dê a cura pr'uma doença
Não fabricas medicamentos
Não fabricas armamentos
Se houvesse outra guerra mundial
Tu não tinhas argumentos
500 anos de escravidão, (sim)
E os europeus levaram (o quê?)
36 milhões de escravos e só 16 sobreviveram

Agora chamas o europeu, o americano ou o caraças
Pra sugarem o teu petróleo e montarem aqui suas casas
Mas nao montam aqui as fabricas, apenas compram-te o barril
Com uma nota de 100 pra depois venderem-te a mil

Porque tu és o comprador que lê o manual da prática
Que sabe utilizar mas não percebe nada da máquina
Não percebes matemática
Nem química, nem informática
Preferes economia ou ser figura diplomática

Mas tu vives uma mentira,
Em África nao há economia,
Como pode ter economia
Um continente que só consome
Tudo que os outros produzem desde o que veste ao que come
Da religião a cultura
até ao teu próprio nome

Eu digo tu, mas digo a nós
No continente ou na diáspora (2x)
Africanos independentes que empobrecem a nossa África


Coro:
É MENTIRA
Que tu
És independente
Que levas pra frente
O teu continente 2X
É MENTIRA
Tu nao quebraste a corrente
Nao passas de um escravo inconsciente


II
E a ilusão do sucesso negro é o que se vê e já se sabe
Há mais ditadores em África que em qualquer outra parte
Dentro de cada um de nós, há um Kadafi,um Mugabe
Damos uma metade ao povo vai pra Suíça outra metade

E adoramos ser patrões, negros adoram mandar
E e só pra ter dinheiro que a juventude esta a estudar
Nós não queremos inovar, nem inventar ou criar
Novas tecnologias ou até mesmo copiar...
Pelo contrário, hah
Lá vem mais um B.M.W
Há mais Mercedes em África que no país originário
E se não for estrangeira a marca então não presta o vestuário
Nos envergonham os dialectos, no nosso vocabulário

E quanto mais branco parecer,mais esse negro se orgulha
Acredita se o branco prometer meter um camelo pela agulha
Porque o branco para o negro tá à cima de qualquer suspeita
E basta o deus ser branco, pra nós seguirmos a seita

Não adianta bancar a vítima
Faz antes uma auto-crítica
Verifica se cada uma destas frases não é verídica
Chega de lamber a ferida e parecer um cão sarnento
E depois de ganhar a esmola esquecer as crias ao relento

Enches o peito de colares e kilos de orgulho besta
E nao vês o que tá escrito bem no meio tua testa
Preto ignorante, estúpido vendedor da pátria
Com essa pose de importante que não nos ajuda em nada

Tu tens que acordar,
e dar importância ao que merece
E deixares de te preocupar,
só quando o problema aparece
Ou então vais acabar
acorrentado outra vez
Esse xxxx não te respeita e vai te mostrar outra vez

Eu digo tu, mas digo a nós
No continente ou na diáspora (2x)
Africanos independentes que empobrecem a nossa África

Coro final (3x)

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Em breve!

Caros, em breve postarei sobre a minha embrionária carreira de actor hehe. Fiquem atentos.

Bom final de semana.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Eu tenho um amor

Eu tenho um amor impossível que mora no último lote de moedas que não tenho.
Meu amor é gentil, reluz, e é ouro.
Meu amor é desejado por mil apaixonados que lhe fazem serenatas em Mercebez Benz.
Meu amor é sonho, nem é cinema, é Kuxakanema.
Meu amor mora na casa do outro.
É fornicado numa posição pornográfica à moda dos filmes dos meus sonhos mais eróticos
Por um filho da mãe que tem aquele impossível último lote de moedas que não tenho
Filho da puta desse amor...desse meu amor...meu adorado amor!

Será que devo lutar por esse amor?
Numa luta jamais vencida pelos vencedores mais audazes?
Heróis dos filmes que vi nas páginas jamais escritas por um realizador chamado Notícias?
Será?...

Eu tenho um amor capaz de ser chorado em todos os saraus do mundo
Por poetas resignados
Fodidos da vida pela inconormidade incontornável de não poder tê-lo e amá-lo.

Eu tenho um amor
Mas sabem que mais?
O amor sempre vale a pena
Se não for por ele, que seja pelo verbo que o faz existir...AMAR.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Ao contrário!

Hoje, enquanto almoçava, via o Opinião Pública da STV. O tema era o Plano Quinquenal do Governo. Um debate entre o jornalista, um deputado da Frelimo e outro da Renamo. Até aqui, tudo bem. Mas sinceramente acho que este mesmo debate devia ter acontecido noutra altura. Não agora, depois do PQG ser aprovado pela assembleia. Já agora, parece que é moda aqui, promoverem-se debates depois das leis/planos serem aprovados. Não seria mais útil fazê-lo antes, de modo a influenciar na aprovação ou não das leis? Os E.U.A são um exemplo disso, houve acessas discussões à volta do Plano de Saúde proposto por Obama, antes da sua aprovação. A isto podemos chamar: participação da sociedade civíl na governação. O contrário, como vi hoje na STV, soa mais a um pretexto para caçar uma audiência desavisada. Com todo o reconhecimento pelo trabalho da STV, mudei de canal!

sexta-feira, 26 de março de 2010

No Atrações!


Vejam na próxima Segunda-feira, dia 29, a estreia do "Labirintos" no programa Atrações da Record Moçambique, a partir das 17H.

quarta-feira, 24 de março de 2010

A título de esclarecimento

Minhas queridas e meus queridos, tenho recebido telefonemas, mensagens e agora um comentário no post sobre o vídeo "Labirintos", manifestando o desejo de ouvir coisas novas do Mano Azagaia. Entendo isso como uma manifestação de carinho e atenção para com a minha música. E por isso, nada mais justo que esclarecer aqui o porquê da "demora" em lançar sons novos.
Quando escrevi o "Babalaze" eu era apenas estudante, vivia com a minha mãe, portanto não tinha largas responsabilidades. Tempo é o que tinha demais e, por isso, era uma verdadeira máquina de escrever. Escrevi algo como 35 temas para o álbum, de onde foram seleccionados por aí 20, para a edição normal e a reedição. A título de exemplo, o tema "As mentiras da verdade", escrevi-o de noite para dia. Eu tinha duas coisas fundamentais para a minha música: inspiração e tempo.
Hoje eu sou um pai de família, trabalhador e estudante. E em nenhum momento deixaria que algo faltasse aos meus. Por isso, muitas vezes sacrifico o tempo em que normalmente escreveria um tema novo, para cumprir com as minhas responsabilidades. Mas, mesmo depois de um árduo dia de trabalho e escola, regresso à casa, dou a atenção devida à minha família e, quando estão todos a dormir, carrego no meu laptop e descarrego num word document as poucas linhas que me aparecem, missão difícil porque escrevo melhor nas manhãs.
Labirintos será, acredito, o último vídeo que lanço do álbum Babalaze. O tema é extremamente sério para passar despercebido, daí o facto de 3 anos após o lançamento do álbum, eu ainda achar que ele merece exposição. Penso que durante esta semana poderão vê-lo nas televisões e neste blog.
O meu próximo álbum vai se chamar Cubaliwa e, embora com toda a falta de tempo para concluí-lo, estou à meio no processo de composição. Pretendo lançá-lo ainda este ano.
A minha escrita requer investigação e, fundamentalmente, o desejo de não soar repetitivo nos temas. Não estou a fazer um Babalaze 2, embora fosse mais cómodo, mas sim, pretendo explorar ao máximo as minhas capacidade como músico de intervenção social, e não meramente político como muitos me rotulam.
Desde já, agradeço o vosso carinho e preocupação. Mas gostava também que olhassem para a música como algo que transcende o tempo, e não como um simples elemento da moda actual. Acreditem, quero celebrar convosco o lançamento de um novo álbum este ano. Com ou sem apoio. Com ou sem tempo. Mano Azagaia está na casa, companheiros!

segunda-feira, 22 de março de 2010

Música e loucura

"A loucura é uma nova ordem da normalidade."

"Música é a vibração dos elementos da natureza."

quinta-feira, 18 de março de 2010

É hoje!


Dentro de algumas horas estarei na Feira de Hulene para a estreia do video clip "Labirintos". Creio que amanhã já começará a passar nas televisões e claro, os meus amigos daqui do blog terão a oportunidade de vê-lo neste espaço. Fiquem atentos.

terça-feira, 16 de março de 2010

Labirintos



Vai estrear no dia 18 deste mês, quinta-feira, o meu mais recente video clip, intitulado "Labirintos". Esta música faz parte do meu álbum Babalaze e conta uma estória de contaminação pelo vírus HIV. Fala, acima de tudo, dos nossos comportamentos. A produção/filmagem/edição estiveram a cargo de Pipas Forjaz e Kisai, teve o patrocínio da USAID e Johns Hopkins. Fiquem atentos ao blog e às televisões.

terça-feira, 9 de março de 2010

Copiem para a barra de endereços

http://www.opais.co.mz/opais/index.php?option=com_content&view=article&id=5068:contornos-do-negocio-com-a-semlex-sem-explicacao&catid=45:sociedade&Itemid=176

100 palavras

Eu estou boquiaberto com os últimos acontecimentos deste país. Sinceramente é demais. Sinto-me insultado, ferido na minha dignidade como cidadão moçambicano. Sinceramente cheguei a achar que eu falava demais, por isso resolvi calar-me e assistir. Mas isto dá-me nervos. Isto é de loucos. Como é que num país empobrecido como o nosso, onde o salário mínimo mal roça os 3 mil meticais, é cobrado ao cidadão exatamente 3 mil meticais para obter um passaporte. Isto é uma roubalheira. Alguém poderoso que deve ter decidido ganhar mais dinheiro com a nossa ignorância e passividade, importou novas máquinas para fazer passaportes e pressionou o governo a aprovar uma lei estúpida que nos obriga a todos a sermos estúpidos e a pagar esse valor altíssimo. Pelos vistos aconteceu o mesmo com os B.I´s, cartas de condução e a inspecção de veículos. Se a receita dos nossos impostos não é suficiente para aderir a novas tecnologias, vamos aceitar a nossa condição, incentivar o pagamento de impostos, acabar com o enriquecimento ilícito através do desvio destes, em vez de sacrificar o povo com obrigações absurdas completamente aquém do seu bolso.

sábado, 6 de março de 2010

sexta-feira, 5 de março de 2010

Duas ou três pequenas grandes merdas que me chateiam!

1- Sempre que vou a um ATM (não sei se em todos bancos é assim), são me, automaticamente, retirados 12 Mts por cada levantamento e 7 Mts por cada consulta de saldo, se o cartão for VISA, é algo como 7 MTs/levantamento e 4 Mts/consulta se o cartão for Ponto24.

2- Pago a taxa de lixo todos os meses quando compro a recarga de credelec, e depois tenho que pagar alguém para tirar o lixo acumulado lá de casa.

3- A via que me leva à minha casinha lá no bairro da Liberdade está cada vez mais esburacada, mas entretanto, é obrigatório fazer a inspecção da minha viatura...e tem que ser com as máquinas do governo...e paga-se, e claro...posso chumbar na inspecção.

Francamente...!!!

terça-feira, 2 de março de 2010

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Alternativos

Música: Alternativos
Artista: Azagaia part. Valete
Álbum: Babalaze
Label: Cotonete Records


I ( Azagaia)
Eu nunca viro a cara à luta
Sou o gigolo se a vida é a prostituta
Sou como a estátua de Samora, minha postura nunca muda
Não se quebra, não se dobra, não se verga, não inferruja
E se alimenta, de escândalos de Mondlane até Guebuza

Eu aprendi a desaprender todo esse medo que me ensinaram
Chamem-me Edson Mandela, pelo tempo que me aprisionaram

Prisão domiciliária
Eles vêm-te tu não lhes vês
E dão-te a ração diária pelas rádios e tvs

Eu me orgulho da diferença
Tu te envergonhas dela
Tu és branco, tu és preto
A minha cor é aguarela

E não me defines nos padrões do Banco Mundial ou FMI
Eu me defino nos padrões espirituais de Ghandi

Todos sabem o preço duma vida
Poucos sabem o seu valor
Por isso vejo muitos a comprá-la
Pra usá-la como penhor

E então eu vivo cada dia como se fosse o último
E tenho sempre Ás e Valetes na manga como trunfo.

Nacionalizas o global
Eu globalizo o nacional
E organizo o funeral
Desse mundialismo ocidental,pessoas...

são anúncios publicitários
Com sorrisos comerciais
Eu só vendo o meu sorriso ao preço dos meus ideais

Homens são números racionais
Então eu irracionalizo
Vosso pensamento já foi pensado
Eu não penso improviso

Não sigo modas, segues modas
Faço modas,queres modas
Esse teu cerebro é Xerox
Por isso só pensas fotocópias

Azagaia, eu me autoproclamei
País independente
sou ditador da minha lei

A TV já desliguei
A rádio não sintonizei
Este é o meu 25 de Setembro
A minha luta começei

Coro:
Ponha-te na posição Horizontal
E põe no ouvido um Cotonete
E vai sintonizando Azagaia e Valete (2x)
Os manos alternativos sempre activos no teu deck
Sem preservativos nem adictivos,puro e fat


II (Valete)

Olha para as crianças, vê como são criativas e curiosas
Vê como são pensativas e gostam de explorar coisas novas
A escola existe para lhes roubar a criatividade e formatá-las
Estandardizá-las, domesticá-las, robotizá-las
Pa’ depois formar adultos que só vêem com duas palas
que se avassalam nesses trabalhos precários , reproduções de senzalas
E usam o pouco que ganham pa’ consumir em larga escala
Eles controlam o que tu galas, o que tu pensas , o que tu falas
Eu digo-te a verdade, tu dizes que eu só invento cabalas
Eu era o puto que sentava sempre lá na parte de trás das salas
Com Public Enemy nos phones enquanto os profs davam aulas
Andava com revistas Maoistas, passava a vida desfolhá-las
Por isso quando eu abro a boca palavras parecem balas
Gala, tu queres Scalas e Impalas eu quero a mudança pa consumá-la
Gala, eu sou alternativo bro e o alternativo choca
Eu oiço Coca e Azagaia, tu ouves a moda que a rádio toca
Só queres é estar janota, por isso rokas marcas da moda
Sou simples como rasta bro, mas sem rasta nem broca
Vais todos os dias a discotecas, doido à procura de catota
‘Tou todos dias na biblioteca a recolher knowledge pos’ tropas
Essa tua dama é muito boa mas se abre a boca é uma anedota
A minha dama para além de bonita é erudita e poliglota
Metes-te na vida dos outros porque és o rei da fofoca
Eu meto-me na tua vida só para deixares de ser idiota
‘tás só por ti, eu ‘tou por ti e pelos teus compatriotas
Vim pa salvar a tua vida mano, sem querer nada em troca

Coro:
Ponha-te na posição Horizontal
E põe no ouvido um Cotonete
E vai sintonizando Azagaia e Valete (2x)
Os manos alternativos sempre activos no teu deck
Sem preservativos nem adictivos,puro e fat

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Até que enfim!



Finalmente o nosso governo merece congratulações. A notícia da suspenção da atribuição de licenças para abertura de mais estabelecimentos de ensino superior no nosso país surpreendeu-me pela positiva. Não sei ainda porque cargas d`água, uma vez que no nosso belo país o que interessa é ganhar, mas mesmo assim é de louvar a decisão. Afinal já todos andavamos a reclamar do nosso ensino débil agravado pelas universidades-cogumelo que iam surgindo. Sabe, desconfio que nem sempre a qualidade vem da quantidade.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Questão para debate

A subserviência, a passividade e a falta de questionamento no nosso país, é uma questão cultural ou uma questão de sobrevivência?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Mandela! Antes de Obama.

Muitos de nós idolatramos Obama. Olhamos para ele como o símbolo da esperança de um mundo mais tolerante, mais humano, mais inclusivo (se quisermos guebuziar a linguagem). Obama, o primeiro presidente americano negro (mulato, para os mais resistentes). Obama, o homem que venceu o preconceito num país marcado por uma história de racismo e desigualdade de oportunidades. Acho que teria o mesmo efeito no Brasil, mas isso é outra conversa. Muitos de nós corremos para reclamar o certificado de fabrico, Obama é africano. Os mais cautelosos limitam-se a supor: se Obama fosse africano. Eu confesso que festejei a vitória dele também. Já acreditei cegamente no Obama, até perceber que Obama é uma marca pensada e concebida para provocar esse efeito no público. Atenção: não deixei de gostar de Obama, ainda penso que a sua eleição foi importante para o mundo. Mas discordo completamente da ideia de transformar Obama numa resposta para as perguntas dos oprimidos no mundo. Até da tentativa de Obamizar os líderes mundiais. Incluindo os nossos, os africanos. Não enquanto tivermos uma inspiração mais forte e próxima: Mandela. Sim, Mandela. Lembram-se dele? Se se lembram e sempre o tiveram presente, por que nunca falaram em Mandelização dos líderes africanos? Bem, se falaram nunca teve eco, não como Obama. Será porque Mandela é mesmo nosso? E não anda pelos corredores do primeiro mundo?
Mandela é um exemplo para o mundo, e nem temos que discutir a sua origem, é mesmo africano. Mandela esteve preso durante décadas, condenado por defender uma África do Sul mais justa, sem diferença de oportunidades, sem leis que se apliquem para uns, mas não para outros, sem diferenças entre negros, brancos, mulatos, indianos ou qualquer outra classificação dos seres humanos segundo a cor da sua pele. Mandela foi chamado terrorista por defender esses ideais e quando foi libertado, e eleito presidente, para a surpresa de outros combatentes como ele, não escolheu o caminho da vingança, do ódio, mas sim o caminho do perdão, da reconciliação. Será que os seus pares alguma vez o entenderam? Será que os líderes africanos optariam pela Mandelização de África?
Mas as lições de Mandela não terminaram por aí. Um líder com o seu peso, com o reconhecimento do mundo, mais do que qualquer outro, africano, facilmente se perpetuaria na presidência do seu país até à sua morte. Que é o que me parece que alguns dirigentes africanos se sentem no direito de fazer. Mas Mandela não o fez. Deu lugar aos seus irmãos. Sinceramente, eu até fiquei triste quando soube que ele não continuaria presidente.
Hoje, 20 anos depois da sua libertação, eu penso que antes de Obama, e mais próximo, está Mandela. Um exemplo a seguir. Nenhum outro líder africano, vivo, combatente pela liberdade do seu povo, sofreu tanto por isso. Mas, mesmo assim, Mandela não se sentiu impedido de perdoar, nem no direito de explorar o seu povo que, supostamente, lhe deve os anos da sua juventude. Perceberam, senhores presidentes?

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Tapinha (final)



Sim. A vida é melhor quando estamos juntos. Verdadeiramente juntos. Esta série chega ao fim com um final que vale a pena ver. A foto acima é de quando a DDB Moçambique, agência onde trabalho, recebeu a Concha de Prata por esta campanha na 4ª edição do Festival Internacional de Publicidade de Maputo (AMEP). Bem, eu como redactor da campanha não me fiz de rogado, sorri para a foto.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ni ta ku fonela

Ainda no clima do amor, vou interromper um pouco a série do Tapinha para deixar ficar a letra duma música romântica minha.

Música: Ni ta ku fonela (Vou telefonar-te)
Artista: Azagaia c/ Neto
Álbum: Babalaze


I
Eu sei que a lista é grande
De todas vezes que o teu homem andou distante
E o meu livro de desculpas
Já nem cabe na estante
...às vezes nem me resta um instante pra TELEFONAR

Quando eu tou no estúdio
Eu esqueço tudo
E faço da musica o meu mundo
E tu dizes que é absurdo
Que eu não arranje nem um minuto
Sequer pra pegar no celular e...TELEFONAR

A tua rival chama-se música
O teu rival chama-se tempo
Mas sempre um de cada vez
Se tou na música não tenho tempo
Ficas sempre em último plano
E as vezes nem tenho plano de...TELEFONAR

Só pra avisar que venho tarde
Ou me desculpar porque não venho
E quando penso em ligar-te
É crédito que não tenho
E desta vez é mais uma vez
Que não vai dar pra parar e...TELEFONAR

Pra dizer que te amo e que amanha tenho a entrevista
Na hora que combinamos de eu levar-te ao dentista
Shit...caraças,
eu tenho mesmo que...TELEFONAR

Pedi emprestado um telemóvel
Tenho o teu número de cor
É madrugada mas vou ligar
E ver se evito o pior
Tou feliz, amanhã já não me acusas
De nem sequer...TELEFONAR

...Chama, chama e tu não atendes
Vou ligar pra fixo, mesmo assim ninguém atende
Deve ser da hora
E é mais uma vez que eu não...TELEFONEI

Coro:
Huuuuuuuuuuuu
Ni ta ku fonela (3x)
Wene, wene,wene,wene


II
Desde que vi mentiras nas verdades
Eu divido-me em metades
Metade namorado
E namoramos so metade das nossas tardes
E metade querem as fãs que tão sempre a...TELEFONAR

Pra falar com o Azagaia mesmo depois das vinte e três
E tu atendes o celular tipo quem é desta vez
É uma voz feminina que diz
"Diz a ele pra"...TELEFONAR

E tu perguntas quem ela é
Eu digo que eu não a connheço
Eu sou artista e muitas vezes
Tenho que pagar esse preço
E tu sais disparada, irritada
Dizes pra eu não...TELEFONAR

E ficamos de relações cortadas
Tu não atendes minhas chamadas
Compro flores e bom bons
Vou caçar-te nas escadas
Meu amor, por quê não atendes quando eu ligo
Eu tou sempre a... TELEFONAR

E então fazemos as pazes
Hoje eu não tou pra ninguém
Esqueço o meu nome nos cartazes
Esqueço fãs e paparazzis
Esqueço o mundo lá fora
E não atendo se alguém me...TELEFONAR

E nós fazemos amor
Aliás reiventámos o amor
E tu percebes o novo conceito
Em cada gota do meu suor
E tu te ris, das vezes que zangaste por eu não...TELEFONAR

Coro final

Tapinha (3)

O amor é lindo. Quando todos colaboram então?! É o que aconteceu de seguida. As amigas da Dinhane decidiram convencê-la a perdoar o Tapinha, mas com muitas peripécias à mistura. Vejam.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Tapinha (2)

Após o Tapinha fazer aquela declaração de amor, não apenas a Dinhane ficara comovida, mas os público também e as mensagens começaram a chegar. Mas agora era vez dos rapazes fazerem a serenata bem à maneira deles. Vejam.

Tapinha (1)

Hoje acordei bem disposto e quero partilhar convosco uma campanha, por sinal premiada, que tem tudo a ver com o dia dos namorados. Trata-se de uma campanha integrada chamada "Ajude o Tapinha a trazer a Dinhane de volta". O objectivo era lançar, na altura, a nova imagem da mcel (já agora, faço muitos trabalhos para mcel, mas isso é assunto da agência para a qual trabalho). O nome da campanha é nada mais nada menos que "a vida é melhor quando estamos juntos". Queriamos fazer com que as pessoas participassem e assimilassem esta ideia. Eis o primeiro vídeo.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Romantismo, realismo e algumas verdades

“Na anciedade de te saber mulher, mergulhei no abismo florido do teu ser.”

“ A loucura de uma paixão mede-se com a mesma unidade com que se mede a brancura das nuvens.”

“Se não está preparado para saber, não pergunte.
Se não está preparado para vencer, não lute.”

“O empresário da escuridão oferece uma noite mais linda para os sonhos moçambicanos.”

“O reino dos céus é tudo o que as igrejas prometem: só que para uns, antes da morte e para outros depois.”

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Semana dos Heróis (5 de Fevereiro)

Passaram-se 2 anos desde que aconteceram as manifestações populares. Este é sem dúvidas um dia histórico. O povo roubou o protagonismo dos políticos e operou a mudança. Povo heróico. Penso que é das poucas datas em que não temos nenhum nome em especial para lembrar como herói. Apenas o povo. Heróis anónimos. Todos de uma vez. Nada de ovações a figuras escolhidas. É engraçado que tenha sido 2 dias após o 3 de Fevereiro. É caso para dizer que é a Semana dos Heróis e penso que deviamos passar a comemorar assim. Lições a aprender? Algumas. (1) O nosso equilíbrio social é bastante volátil, e não há nenhuma força política capaz de afirmar que tem o povo sobre controlo. Pode-se enganar algumas pessoas algumas vezes, mas não a toda gente, todas as vezes (tradução literal de frase de Bob Marley). Trata-se de um contrato social que quando muito atropelado traz consequências para o transgressor. (2) Há coisas que não se deve sequer deixar acontecer, sob pena de vê-las a repitirem-se. Eu não acredito em "foi só uma vez", e os políticos habituados aos golpes, também não. (3) O povo está no poder sim. E nenhum poder é legítimo se não for verdadeiramente através dele. (4) Uma palavra de apreço às famílias das vítimas mortais das manifestações. Não é a comunicação social que às vai tratar como mártires, nós é que os vamos recordar assim. POVO NO PODER!

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Projecto: A essência da "Pérola do Índico"

Hoje estive, a convite destes, conversando sobre arte e cultura com os estudantes da 12ªA da Escola Portuguesa. Falamos da minha música e o contributo que ela dá à cultura moçambicana e à nossa sociedade no âmbito do projecto deles chamado: A essência da "Pérola do Índico". Foi interessante observar a curiosidade e o raciocínio deles em relação ao mundo das artes no nosso país. Espero poder postar aqui o trabalho final deles. Vejam a foto:


Da esquerda para a direita: Ana Rita Pinto,Karina Jiménez,Waldimar Samson, eu, Naheed Hassane e Rita Oliveira.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

País de diferenças

Aceitar heróis diferentes, é também aceitar o país de diferenças que os produz.

Escrevi este spot com o objectivo de espelhar o rico mosaico cultural da nossa moçambicanidade. Foi fantástico trabalhar com todas as figuras que aparecem no spot. Foi um job encomendado pela mcel, mas que para mim teve uma dimensão muito além dela. Deliciem-se:

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Princípio activo da infidelidade conjugal

Mulher-A liberdade que queres para ti é a que eu quero para mim.
Marido- Não concordo.
Mulher- Sim, o problema é não te dares a liberdade de aceitar isso.
Marido- Vou sair com uns amigos.

É preferível!

Às vezes a verdade é tão difícil de acreditar que preferimos uma mentira. (As mulheres que o digam...)

A gripe bilionária

Por que será que não estou surpreso com esta notícia? Hum...deixa ver, será porque também os senhores das indústrias de armamento pressionam governos para começarem guerras? Guerras que necessitam das armas que eles produzem? Ou será porque sempre acreditei que o HIV é um negócio aliado à indústria de preservativos e... antiretrovirais e... campanhas publicitárias e... ONGs e... orçamentos governamentais patrocinados por superpotências que por causa disso mandam em países pobres? Há gente a ganhar dinheiro por cada vez que fazemos sexo. Ok, sobre a Gripe A, confiram neste link. Copiem e colem numa outra janela:

http://tv1.rtp.pt/noticias/index.php?t=Organizacao-Mundial-de-Saude-no-centro-da-tempestade.rtp&article=313523&visual=3&layout=20&tm=2

sábado, 30 de janeiro de 2010

Preservativos e redes mosquiteiras

A malária é a doença que mais crianças mata no nosso país. Não sei se é ignorância minha, mas não vejo muitas campanhas de sensibilização em relação aos cuidados que devemos ter para evitar esta doença. Já imaginaram se a publicidade que se faz a volta dos preservativos fosse a mesma para redes mosquiteiras?

Tive um enorme prazer em escrever este spot Tv com ajuda do meu ex-director criativo Nuno Lima.

Multidão

Mesmo no meio da multidão, sei qual é a minha sombra.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Linhas de desânimo

"...Quis lutar por Moçambique como Chivambo Mondlane
Ser homem de uma causa como Uria Simango
Inspirar a resistência como André Matsangaiça
E cravar uma azagaia no coração da injustiça

Mas o que me desanima não é o grito dos maus,
é o silêncio dos bons quando se aproxima o caos
Eu caguei-me para as pedras, caguei-me para os paus
Aprendi a confiar apenas nas minhas mãos..."

(escrevi quando a CNE assassinou a democracia e nem sequer fomos ao velório)

Deu graça!

Quando recebi esta encomenda, anúncio sobre o workshop que ia anteceder a edição do ano passado do Mozambique Fashion Week, o meu colega Bento (já me referi a ele) disse-me: vamos fazer um anúncio diferente. Ele falava do texto. Então brinquei com o facto de os palestrantes que iam falar sobre moda serem todos homens.Vejam.

Vive e deixa viver.

A vida é linda quando olho nos olhos da minha filha,
ela sorri e ensina-me que alegria se partilha.
Aprendo a levantar quando ela cai... chora...
e no minuto seguinte, felicidade erradia.
A vida é mais poesia que prosa.
É sangrar com os espinhos de tanto amar a rosa.
Eu penso que a minha vida é nossa,
porque tudo o que eu faço nela é a pensar na vossa.

(da música "Deixa viver" da Cotonete Records)

Natureza



Este anúncio foi encomendado pela Cimentos de Moçambique, eu fiz o texto e o meu colega Bento o layout. Acho que foi um casamento perfeito. A CM pretendia (não sei se chegou a fazê-lo) levar o público a conhecer o que eles têm feito pelo meio ambiente. A empresa é de cimentos, então já devem imaginar a pressão, mas é de louvar. Espero que outras empresas do ramo tenham a mesma iniciativa, isso claro, se tiverem algo para mostrar, porque meio ambiente e meio empresarial são meios que parecem não se cruzar por estas terras.Clique na imagem para ampliar.

A vida é melhor assim...

Este pequeno filme é referente a campanha de reposicionamento da mcel "a vida é melhor quando estamos juntos". Foi um dos spots TV que adorei idealizar, escrever e ver materializado. De uma forma resumida, o cliente queria pequenos exemplos de como a vida é melhor quando estamos juntos, e aí está.

Loucuras

Para fazer uma loucura, basta a companhia certa.

O primeiro gesto

Palavra: um ser que Deus criou sem membros (braços, pernas, tentáculos...bem, os estudiosos de anatomia podem continuar com os exemplos) mas que mesmo assim o concedeu a graça de ser capaz de fazer os melhores e piores gestos. Palavra, mas daqui em diante passarei a tratar por Palavras, sim, palavras, esses seres com os quais convivemos todos os dias e pensamos que nos pertencem, ignorando assim o seu poder intrínseco. Este blog é justamente para contrariar essa teoria e mostrar do que as palavras são capazes após receberem o sopro da vida. Elas ajudaram-me e ajudam-me todos os dias. Com elas vou do bom dia matinal, às letras de músicas, aos insultos que me libertam das irritações diárias, e levam-me até a concretização do meu trabalho. Sim. Eu sou redactor publicitário, copywriter para os gringos, e rapper de intervenção social...e moçambicano. Portanto, neste blog, encontrareis tudo o que faço com estes seres, palavras. Sejam todos bem-vindos, mas cuidado, os gestos das minhas palavras nem sempre serão do vosso inteiro agrado. Boa viagem!